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“ O Eixo Cérebro- Intestino” e a sua ligação ao AUTISMO.

Bom dia!!

Hoje pretendemos dar a conhecer a “ O Eixo Cérebro- Intestino” e a sua ligação ao AUTISMO.

Recebemos um slide explicativo, gentilmente cedido pelo Dr. Professor Mário Monteiro; professor e investigador da Universidade de Guelph, Ontário no Canadá a fim de entendermos um pouco o funcionamento de todos estes pontos e como estes se interligam no quadro autismo; e como a Vacina em pesquisa atualmente promete minorar estes fatores que potenciam as diarreias/obstipações características do perfil.

Vamos para isso analisar a figura:

O ácido propiónico atua sobre o eixo ( entenda-se “eixo” como ligação) entre “intestino-cérebro” gerando um ciclo de feedback negativo.

O que significa isto?

Conclui-se através de pesquisas que estes SCFA Metabolitos , ou seja, ácidos gordos da Curto-Corrente São capazes de atravessar a barreira hematoencefálica.

NOTA: os SCFA são ácidos orgânicos pequenos com menos de seis carbonos, que são produzidos pela fermentação de componentes que não são digeridos , no grande intestino, pela microbiota do intestino.Os mais abundantes (compo 90-95 por cento) entre estes são ácido acético, ácido propiónico e o ácido butírico. A Maioria de SCFAs vem dos hidratos de carbono da fibra alimentar.

O que são os METABOLITOS:

São o produto do metabolismo das mais diversas substâncias em organismos vivos. Sintetizando, seria o lixo que sobra depois que o organismo aproveita a parte útil do alimento. Por exemplo, você ingere proteína. O organismo quebra a proteina em aminoácidos. Alguns aminoácidos serão aproveitados pelo seu organismo para fabricar outras proteinas. O restante reage quimicamente e forma a uréia (metabólito da proteina) que seus rins terão que eliminar.

O que nos interessa aqui é perceber que os que os SCFAs Metabolitos e o ácido PROPIÓNICO criam este feedback negativo; ou seja o envio destes componentes nefastos que prejudicam as ligações neuronais.

Então, para que entendam melhor:

O que é o ácido Propiónico?

O ácido propanóico conhecido usualmente como propiónico ou ácido propílico é um ácido monocarboxílico saturado, de cadeia aberta, que apresenta fórmula estrutural: CH³ - CH² - COOH e é usado artificialmente na indústria alimentar,entre outros usos, por exemplo, para evitar o amarelamento dos pães.. hidratos de carbono…estão a ver?!!

Continuando..

Sabe-se que o ácido propiónico do nosso organismo atravessa facilmente a barreira hematoencefálica…. Aqui reside a ligação: mas já lá vamos ; antes continuamos com a explicação…

Os SCFA entram no SNE, onde podem passar pelo sistema nervoso autónomo e, finalmente, entrar no SNC ( sistema nervoso CENTRAL).

NOTA: O que é o SNE?

O sistema nervoso entérico faz parte do sistema nervoso autónomo. O sistema nervoso entérico é uma rede de neurónios que integram o sistema digestivo (trato gastrointestinal, pâncreas, e vesícula biliar). Pode funcionar de modo independente, mas o sistema nervoso simpático e o parassimpático são capazes de ativar ou inibir as suas funções.

O que é o Sistema nervoso autónomo- SNA ?

Como o próprio nome indica, este sistema funciona de forma autónoma, controlando a função involuntária de diversos órgãos, já que a maior parte da sua actividade não chega ao córtex.

Desta forma é responsável por comandar mecanismos que conscientemente não se podem modificar, como por exemplo os batimentos cardíacos, a secreção das glândulas da mucosa estomacal, a dilatação das pupilas…

É possível conhecer aspectos visíveis da sua actuação no nosso corpo, que nos permitem observar as respostas do nosso organismo a determinado estimulo. Quando, por exemplo, somos sujeitos ao frio, as células termo-sensoriais que funcionam como receptoras de calor e frio, são estimuladas e geram impulsos nervosos que são conduzidos pelos nervos sensitivos e pela medula espinal ate ao hipotálamo. Desta forma produz-se uma resposta adequada à situação e que visa aumentar a temperatura corporal: a vasoconstrição dos vasos sanguíneos, a erecção dos pêlos, de modo a criarem uma barreira isolante de ar junto a pele, e a ocorrência de tremuras com consequente aumento da taxa metabólica e de produção de calor.

Como se divide o SNA?

O sistema nervoso autónomo divide-se em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático. Estes trabalham de forma contrária, podendo-se afirmar que o sistema parassimpático restaura os níveis de equilíbrio alterados pelo simpático.

A função do SNA Simpático é a de preparar o corpo para uma emergência, de responder a um estímulo do ambiente quando o organismo se encontra ameaçado, excitando e activando os órgãos necessários às respostas.

Já o SNA parassimpático visa reorganizar as actividades desencadeadas pelo SNA Simpático, relaxando as actividades. Relaciona-se directamente com a capacidade de regulação do organismo face às condições ambientais em que se encontra – homeostasia, capacidade esta garantida pelo hipotálamo. Dando um exemplo: se o SNA simpático faz com que o ritmo cardíaco acelere, a função do SNA parassimpático é estabilizar esse ritmo.

Percebidas as diferenças existentes entre os dois, é importante agora perceber de que modo essas activações inconscientes são processadas e que mecanismos estão por detrás das nossas respostas involuntárias.

Tentando então explicar esses fenómenos, de forma sucinta, começaremos por dizer que o SNA contém fibras nervosas que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos lisos das vísceras e à musculatura do coração. Um gânglio corresponde a um aglomerado de neurónios que se encontra fora do SNC. Dentro do SNC esses aglomerados denominam-se por núcleos.

Continuando…

No SNC, age como um fator de stresse que pode afetar o humor, a cognição e a emoção.

Esses fatores podem, então, atuar sob o sistema nervoso autónomo, criando um ciclo de sinais para o SNE, passando pela medula suprarrenal até gerar epinefrina / norepinefrina, este processo afetará a motilidade do intestino; ou seja,a capacidade do intestino se contrair e movimentar.

NOTA:

Todos os seres vivos realizam movimentos de maneira não voluntária. Este fenómeno é chamado de motilidade. Trata-se de um termo apropriado da biologia que se relaciona aos movimentos espontâneos e automáticos que ocorrem em qualquer organismo vivo, como uma célula, um órgão interno como o intestino de um mamífero ou um espasmo de tipo muscular. A Motilidade digestiva nos humanos é o conjunto de movimentos que ocorrem no interior do tubo digestivo é conhecido como motilidade digestiva. Existem dois tipos de contrações digestivas: as tônicas e as fásicas. As primeiras são contrações que se mantêm ao longo do tempo e podem ser de alta ou baixa pressão (o movimento do esfíncter é um exemplo de alta pressão e o movimento do cólon ou dos sucos gástricos são exemplos de baixa pressão). As contrações fásicas são variáveis e se produzem em vários períodos (o período interdigestivo e a fase digestiva). Continuando…

Quando a motilidade intestinal é alterada, é observada diarreia e constipação/prisão de ventre. Um quadro habitual, e por vezes extremo, no AUTISMO.

A SABER:

A medula supra-renal é parte da glândula supra-renal . Está localizada no centro da glândula, sendo cercado pelo córtex adrenal. É a parte mais interna da glândula adrenal, consistindo de células que segregam epinefrina (adrenalina), norepinefrina (noradrenalina) e uma pequena quantidade de dopamina em resposta à estimulação por neurónios pré-ganglionares simpáticos.

O que é a barreira hematoencefálica?

A barreira hematoencefálica (barreira sangue / cérebro) é uma estrutura que atua principalmente para proteger o Sistema Nervoso Central de substâncias químicas presentes no sangue, permitindo ao mesmo tempo a função metabólica normal do cérebro. É composto de células endoteliais, que são agrupadas nos capilares cerebrais. Esta densidade aumentada restringe muito a passagem de substâncias a partir da corrente sanguínea, muito mais do que as células endoteliais presentes em qualquer lugar do corpo. Infelizmente, essa barreira também impede a entrada dos medicamentos quimioterápicos usados para destruir as células cancerígenas.

Então; recapitulando…

No SNC, este “eixo” age como um fator de stresse que pode afetar o humor, a cognição e a emoção.

Esses fatores podem, então, atuar sob o sistema nervoso autónomo, criando um ciclo negativo de sinais para o SNE, passando pela medula suprarrenal até gerar epinefrina / norepinefrina, e este processo afetará a motilidade do intestino; ou seja,a capacidade do intestino se contrair e movimentar.

CONCLUSÃO: Quando a motilidade intestinal é alterada, é observada diarreia e constipação/prisão de ventre. Um quadro habitual, e por vezes extremo, no AUTISMO.

No seguimento do post anterior dedicado À palestra do Dr. Professor e Investigador Mário Monteiro;

conseguimos compreender a ligação entre cérebro/intestino no AUTISMO e como a pesquisa da Vacina que pretende minorar esta situação se enquadram e fazem enorme sentido!!

Espero que tenham ficado com uma maior noção desta matéria; e que este slide gentilmente cedido ao Guide to a Blue Life pelo Dr. Professor Mário Monteiro tenha sido de utilidade para a compreensão de toda “esta viagem” que por vezes se nos impõe tão irascível!

Até ao próximo post!!

Cuidem-se para que possa cuidar!!

Fontes: MacFabe DF, et al. Behav Brain Res 2007;176(1):149-69.

Cuche G, et al. Neurogastro Motility 1999;11(3):219-26.

Cryan JF, Dinan TG. Nat Rev Neurosci. 2012;13:701-12.

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