...como viver feliz numa vida "blue"...
Um blogue direcionado ao Autismo e ao estilo de vida saudável
com enfoque na alimentação de toda a família......
porTeresa Radamanto
Autismo não é uma doença!
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É uma perturbação global do desenvolvimento"na qual se encontram comprometidas 3 grandes áreas:
A comunicação verbal e não verbal, o comportamento e a interação social.
Não sendo uma doença/patologia , trata-se , portanto, de uma condição.
Encontramos barreiras ou entraves, isto é, limitações/deficiências a nível da Comunicação ;da Interação Social e a nível comportamental.
Num quadro geral observamos limitações na reciprocidade social e emocional;limitação em iniciar , manter e entender relacionamentos, e consequentemente uma limitação nos comportamentos de comunicação verbal e não verbal utilizados, variando a dificuldade de adaptação comportamental de acordo com cada sujeito.
Observamos padrões restritos e/ou repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.
Podemos encontrá-los manifestados da seguinte forma:
Movimentos repetitivos e estereotipados ; insistência nas mesmas coisas, e em muitos casos, uma aderência inflexível a padrões de comportamento e rotinas, ou na forma como a comunicação acontece- verbal e não verbal; observamos interesses intensos no seu foco; observamos respostas hiper/ e ou hipo-reativas a estímulos sensoriais.
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Como identificar?
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Os sintomas devem estar presentes nas primeiras etapas do desenvolvimento da criança. No entanto, poderão estar não manifestadas até que demanda social do quotidiano se imponha. Por vezes , podem até estar "camufladas".
Sempre que se denote um "prejuízo" maior nas áreas social e comportamental do funcionamento da criança devemos estar atentos.
As perturbações do Espectro do Autismo refletem-se num atraso global do desenvolvimento, é por isso comum que haja uma ordem anómala ( ou seja, não sequencial) das aquisições do desenvolvimento.
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Características mais comuns:
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Observamos gostos "estranhos" ( na ótica de um neurotípico ) e algumas fixações;
observamos uma boa memória visual * e auditiva que permite identificar e nomear letras e números antes de falar;
observamos na comunicação o usos de grandes ladainhas e ecolalias, mas uma impossibilidade , por vezes, de responder a questões como "como te chamas?"
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Porém, é importante compreender que " Espectro" significa várias amplitudes e intensidades.
Ainda que haja um regulador que distinga a condição como "leve, moderada ou grave" , cada sujeito é "um universo" dentro de um "universo".
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Existem , ao contrário do que é comum pensar-se, algumas características físicas que nos indicam que uma criança é autista .
Eles podem ser:
"circunferência craniana grande", olheiras, pestanas grandes,bochechas e orelhas grandes, alergias e intolerâncias, intestino permeável, diarreia, refluxo; e a nível cognitivo - deficit de atenção; boa habilidade de visualização e pensamento pelo concreto.
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De notar que todas as características e sintomas identificados estão aleatoriamente presentes e subdivididos. Não encontramos todas elas num só sujeito.
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Quais são as causas?
Estamos perante um transtorno bioneurológico ; ou seja, algo que acontece "dentro " do cérebro; isto é , no nosso sistema nervoso. A ciência defende que se nasce nesta condição ( "bio").
Fatores genéticos são apontados como 10% da causa; e estudos recentes comprovam que eventos durante a gravidez como doenças, exposição a metais pesados entre outros, podem contribuir para o seu aparecimento.
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É importante frisar que não há uma má formação cerebral no autismo. O que acontece é que as ligações entre os neurónios são diferentes: aparentemente existe"ausência" das sinapses/circuitos ( ligações) neurais: as ligações neuronais ( neurónio-espelho) estão relacionadas com competências como empatia, imitação, consciencialização do que nos rodeia,aprendizagem... e nesta condição estão quase sempre comprometidas. É sabido, por exemplo, que esta disfunção nos circuitos neurais acontece porque se deram mutações nessas vias específicas deixando este campo da comunicação ( assim como os outros dois) comprometido.
A maioria dos autores atuais suporta a hipótese de que o autismo pode ser poligénico, ou seja fatores ambientais podem interagir com fatores genéticos e aumentar o risco do aparecimento do autismo.
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Autismo e deficiência mental?
- Não há deficiência mental no autismo. Nesta encontramos interação social sempre. O que não acontece no autismo.
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Autismo e Défice Sensorial?
- Sim. Surdez ou cegueira*
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Poderão existir casos raros de Savantismo:é considerado um distúrbio psíquico com o qual a pessoa possui uma grande habilidade intelectual aliada a um deficit de inteligência. Tais habilidades são sempre ligadas a uma memória extraordinária, porém com pouca compreensão do que está sendo descrito.Estudos realizados por Bernard Rimland,na Califórnia, observam que as habilidades presentes em autistas-prodígio são mais frequentemente associadas às funções do hemisfério direito (incluem música, arte, matemática, formas de cálculos, entre outras aptidões), e as habilidades mais deficientes são as relacionadas com as funções do hemisfério esquerdo (incluem linguagem e a especialização da fala).
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Patologias associadas ao Autismo:
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No caso dos autistas não verbais existe a possibilidade da associação da APRAXIA*(e Dispraxia) da fala ao espectro autista. ( Apraxia/Dispraxia é um deficit do planeamento das sequências motoras da fala. Quando não acontece o refinamento e a criança não adquire a articulação da fala. Pode emitir só vogais ou fonemas soltos; pode ter dificuldades de mastigação; poderá não conseguir colocara língua para fora... entre outros. Esta acontece no cerebelo, ou seja, não tem ligação ao encéfalo e às funções cognitivas.(*tema a debater futuramente no blog).
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Autismo e Processamento Sensorial:
No autismo dá-se uma alteração do processamento sensorial. Acontece uma "enxurrada de informação" . Tudo vai ao mesmo tempo. E não é possível lidar com tanta informação. O cérebro tem dificuldade de conexão.Ficam "sobrecarregados e é por isso que muitas vezes assistimos a comportamentos que a sociedade vê como "mau comportamento" , como gritos, tapar os ouvidos, entre outros.
Esta é a sua resposta.
Após estes episódios poderemos observar a um comportamento giratório sob si mesmo, ou seja uma tentativa de reequilibrar-se.
Podemos observar que isto é contrário ao processamento sensorial de um neurotípico.
Este recebe e processa de acordo com a relevância que a informação tem para ele.
Então, estamos perante um desordenamento das habilidades sensoriais.
As consequências dessa desorganização são a hipersensibilidade ou a hipo-sensibilidade apresentada pela criança: a criança incomoda-se nitidamente com um determinado cheiro. Isto é reflexo da hipersensibilidade (hiper – acima, muito, intenso). Já a hipo - sensibilidade apresenta uma escassez do sentido de determinada habilidade da pessoa.
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Algo que deve ser levado sempre em conta: a particularidade de cada um . Isto significa que o processamento sensorial apresenta especificidades . Portanto, não se deve nunca generalizar, pois cada criança pode apresentar uma característica diferente.
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O que fazer perante o "Autismo"?
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Avaliação:Escala do desenvolvimento+ escala do comportamento- Observação e questionários...
Objetivo: Identificar potencial de aprendizagem da criança.
Plano: Potenciar os pontos fortes e não as fragilidades, para que posteriormente possam traçar um plano de intervenção adaptado ao perfil da criança centrado na funcionalidade, ou seja, potenciar autonomia, competências e aptidões.
Orientação da avaliação: Médicos especialistas, equipas multidisciplinares compostas por neurologistas, neuro-pediatras ,terapeutas ocupacionais , terapeutas da fala, neuropsicólogos, fisioterapeutas,técnicos de enfermagem auxiliares( entre outros).
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A construção de um diagnóstico é difícil pela enorme diversidade do espectro como já foi referido, é, por isso, muito importante que ao diagnosticar se reconheça e perceba com exatidão os traços de perfil..
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A intervenção precoce no espectro leva-nos a uma maior qualidade de vida.
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Decifrar sentimentos e estados de animo para poder intervir e estabelecer uma linguagem comum que una terapeutas , criança e família é primordial.
Estabelecer uma linguagem "universal" em todas as "frentes" não pode ser um código restrito ao universo "familiar ", por exemplo; porque queremos implementar funcionalidade e autonomia na criança.
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Devemos explorar novas formas de comunicação;formas diretas.
Observar como a criança comunica .
Acima de tudo , intervenção profissional ou familiar requer entrega TOTAL, PAIXÃO e CONHECIMENTO.
Procura constante de formas de comunicação ativa e afetuosa e aceitação INCONDICIONAL e adaptativa a uma outra realidade.
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Inclusão é aceitação, conhecimento e compreensão.
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"Aquela criança não é uma coitadinha diferente" !
Diferentes somos todos nós!
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Autistas têm necessidades específicas e não apenas "especiais"..
Todos nós somos especialmente diferentes com as nossas singularidades...
Todos buscamos um fator que nos diferencie dos restantes...
Mas,todavia , por vezes , perante a diferença somos indiferentes...
Vamos mudar a forma como vemos o mundo.
Inclusão é a aceitação de todas as diferenças.
Inclusão é dizer NÃO ao preconceito.
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Juntos seremos mais fortes.
Juntos iremos mais longe.
Venham connosco!!
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por Teresa Radamanto
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Fontes:
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Torres,Dra Andreia in Manual de Formação em Nutrição no Autismo- Alimentação e Suplementação no TEA - UDEMY Brasil 2017
Site:Entendendo o autismo.com.br 2016
Van der linder, Dr Hélio in Neurologia Infantil e Neuro-fisiologia - Congresso Neurologia 2015
Brito, Dra Maria Cláudia- Saber Autismo- Youtube Channel
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