Bom dia!!
Hoje é um dia especial!
Dia de celebração!
Desta feita , trago-vos um presente!
Deixo-vos o relato da nossa experiência na última quarta feira; tal como prometido!
O Investigador Drº Professor Mário Monteiro, luso-canadiano, esteve na Nazaré, no dia 18 de Julho com o propósito de ser orador na palestra “Vacinação e a sua importância”, realizada na Biblioteca Municipal.
Acompanhámos o evento e ainda tivemos a fantástica oportunidade de conhecer o Professor; articular algumas ideias e compreender a abordagem científica… mas a “cereja em cima do bolo” foi mesmo a oportunidade de prestar um curto testemunho no enquadramento da temática Autismo ao lado deste “Vulto” da investigação na área das vacinas.
A intervenção do Dr. Professor Mário Monteiro iniciou –se nos primórdios dos tempos ( após um pequeno enquadramento geográfico do seu centro de pesquisa em Guelph), levando-nos cronologicamente pelas várias civilizações e suas descobertas que originaram o que hoje entendemos por vacinas. Explicou-nos os diferentes tipos de vírus e bactérias , a sua composição e a forma como estes devem ser avaliados a fim de criar eficazes anticorpos que os aniquilem …ou seja, as VACINAS.
Antes de nos alongarmos…e antes mesmo de irmos ao tópico que nos é mais “querido”; vamos conhecer um pouco mais deste HOMEM brilhante; genial e generoso na forma como partilhou connosco o seu saber… e desconcertante na sua abordagem tão simples, acessível e humilde!
Nasceu em Gouveia há 51 anos e está no Canadá desde os 14 ; atualmente é professor de Química na Universidade de Guelph, no Ontário,Canadá.
O professor conta já com enumeras distinções, tendo sido recentemente agraciado com um lugar entre os 25 finalistas dos Prémios Canadian Immigrant Awards ; pelo seu contributo mundial na investigação na área das vacinas.
Segundo ele; este é um reconhecimento do esforço e do sacrifício, especialmente dos seus pais. É uma etapa significativa sua viagem profissional.
Em 2014, já tinha sido reconhecido pela organização britânica vaccination.org, que, em colaboração com a World Vaccine Congress,o elegeram como uma das 50 pessoas mais influentes do mundo na área das vacinas, numa lista que era liderada por Bill Gates, fundador da Microsoft.
Mário Monteiro é também um dos poucos investigadores de açúcares complexos, existentes na superfície das bactérias.
E é precisamente aqui que o seu trabalho e pesquisa se cruza com o AUTISMO.
A vacina que ajudou a desenvolver juntamente com a estudante de mestrado Brittany Pequegnat, é a primeira vacina de sempre contra uma bactéria intestinal associada ao autismo ; esta poderá contribuir para melhorar a qualidade de vida das crianças exponencialmente porque ataca a bactéria “Clostridium bolteae”, produzida no intestino; esta bactéria é conhecida pelo papel que desempenha numa série de distúrbios gastrointestinais, manifestando-se em quantidades mais elevadas no organismo das crianças autistas do que no das neurotípticas .
Como sabem, mais de 90% das crianças autistas sofrem com problemas gastrointestinais crónicos- Diarreias e Obstipação; situações extremas em alguns casos…
O que esta vacina propõe é ajudar a melhorar os tratamentos atuais, que passam pela administração de antibióticos.
Durante a sua intervenção, o Dr. Professor Mário Monteiro foi explicando que a vacina está destinada a controlar a obstipação e a diarreia causadas pela bactéria C. Bolteae e, quem sabe, e que teoricamente irá minimizar os sintomas do autismo que estão relacionados com este micróbio… mas atenção; a vacina não promete uma cura milagrosa… aliás; isso não existe !!
O que poderá vir a fazer é trazer uma qualidade de vida a todos os que sofrem com estas questões… controlando a saúde do intestino fazendo com este fique regular irá terminar com todos os constrangimentos , principalmente quando as crianças chegam ao momento de transitarem para o ensino básico.
Embora se desconheçam as razões pelas quais a incidência do autismo aumentou quase seis vezes nos últimos 20 anos e determinados grupos de cientistas acreditem que tal se deve a fatores ambientais, há investigadores que defendem que o intestino humano pode influenciar o desenvolvimento da doença, nomeadamente através das toxinas e metabólitos que produz.
Esta vacina inédita contra a bactéria C. bolteae tem como alvo um complexo específico de hidratos de carbono que se encontram na sua superfície e, segundo o Professor, em testes realizados com coelhos, conseguiu desencadear um aumento de anticorpos protetores.
Os anticorpos adicionais produzidos pela vacina poderão também ser utilizados para detetar e travar a bactéria , porém, serão necessários mais de 10 anos para a realização de ensaios pré-clínicos e clínicos em humanos; ou seja , a vacina deverá demorar mais de uma década a chegar ao mercado.
Seja como for; e isto foi algo que fiz questão de afirmar perante a plateia aquando da minha intervenção, este é um passo extraordinariamente importante! Criar uma vacina destinada a combater várias bactérias intestinais associadas ao autismo é inédito; isso só por si já é de imenso valor; posteriormente falando em termos científicos, é uma porta aberta para o que poderá vir!!
Cuidem-se para que possam cuidar!!!
Bom domingo!!
Fontes: ciênciapara vida.pt/publico.pt/Palestra in loco /